Ruta 40 – Parte 2

Ruta 40 parte 2, 2 a 4 de janeiro de 2012
Seguimos na manhã para El Chaltén, uma pequena cidade que tem como cenário de fundo o Fitz Roy uma montanha muito apreciada por escaladores devido a sua grande estrutura de rocha que os desafia.

As torres de Fitz Roy

Claro que apreciamos somente de baixo e tivemos a sorte de pegar um céu limpo, o que é muito raro, em geral tem sempre uma nuvem rodeando a montanha.

Zezo todo feliz chegando em El Chalten!

Aproveitamos para abastecer e alguns bêbados queriam dar uma voltinha nas motos, para eles só em sonho. Lá conhecemos Carlos, um carioca que estava viajando em uma moto custom, ele também estava muito assustado com os ventos e com o rípio. Convidamos ele para fazer esta rota conosco para que se sentisse mais seguro e ganhamos mais um integrante no grupo. Começa o rípio, o Marcelo Timm sofrendo com a mão machucada, Carlos que nunca havia andado no ripio, seguindo com muita precaução, Janio e Zezo loucos para correr e nós preocupados com a embreagem. Apesar das dificuldades o que prevaleceu foi o espírito de equipe e todos seguiram juntos.

As motos e a estrada de ripio

A bixinha...

No caminho a placa da moto do Carlos desapareceu, ele e Zezo foram averiguar alguns km se conseguiam encontrá-la. No final encontraram só um tatuzinho no caminho…

Tatu aventureiro

Nós aguardamos para garantir que tudo estivesse bem, pois tínhamos mais autonomia de combustível que eles. Timm e Janio seguiram. Começamos a ficar preocupados com a demora, pois iríamos até Governador Gregóre e estávamos levando no carro o combustível extra para todos. Depois de algum tempo, Carlos e Zezo retornam sem nenhum sinal da placa, um pouco mais a frente Janio e Timm esperavam por todos e continuamos a viagem, por sorte quase todos chegaram com combustível em Gov. Gregore. Para o Carlos faltou combustível nos últimos km. Procuramos por toda a cidade um local para comer, era tarde e nossa única chance foi comer o resto da comida da festa de reveillon que o dono do hotel onde ficamos cobrou uma fortuna e ainda deu dor de barriga em alguns.

 
Nossa embreagem já estava ruim, mas o Julio começou a ficar cada vez mais fera na troca. Decidimos conhecer a Cueva de las Manos, com o Janio e o Zezo enquanto Carlos e Timm nos aguardariam na cidade de Perito Moreno. Quando estávamos quase chegando, nossa direção começou a ficar muito mole e a fazer muito baralho e pronto, o óleo da direção não vazava, escorria. Estávamos sem embreagem e quase sem direção, mas tínhamos uma linda caverna cheia de pinturas rupestres para conhecer.

 

Deixamos o carro e fomos conhecer as cavernas, engraçado que vimos muitos cartões postais dessas cavernas por toda a Argentina, mas a localização dela foi o que nos impressionou muito, eles ficam entre um vale lindo, privilegiado, em meio aquele deserto.

Hanna, Zezo e Janio no vale de las cuevas

Julio, Janio, Zezo e Hanna nas Cuevas de las Manos

Cueva de las Manos

É possível ver mãos de vários tamanhos tipos e até mãos deformadas (de 6 dedos). A definição das pinturas são tão boas que fica difícil de acreditar que foram feitas a quase 8 mil anos atrás. A técnica também era muito impressionante, usava-se um osso de guanaco como canudo e colocavam a tinta na boca para assoprá-la nas paredes. Além das mãos, existem algumas formas geométricas estranhas e não identificadas e pinturas de muitos guanacos e técnicas usadas para caça.

Depois da diversão, a preocupação, ali no meio do nada não poderíamos deixar o carro, e um casal muito simpático de argentinos se ofereceu para nos seguir, caso algo ocorresse eles poderiam nos guinchar até a cidade. Depois de muita discussão, decidimos procurar um mecânico na cidade que retirou a caixa da direção e disse que teríamos que levá-la a Comodoro Rivadávia em um lugar que poderia arrumá-la. Nosso plano era ir em direção a Esquel, junto com os motociclistas, mas com esses assuntos para resolver tivemos que adiar a viajem. Para nos ajudar eles mudaram a rota e nos deram uma carona até Comodoro Rivadavia para conseguirmos fazer o reparo.

Comodoro é uma cidade muito cara no litoral da Argentina, sem grandes atrativos. No caminho foi possível ver muitos poços de petróleo. Dizem que Comodoro é umas das cidades mais caras da argentina, podemos confirmar isso… e ainda é feia. Lá, aproveitamos para fazer a última janta juntos e fomos atrás de carne. Todos ficaram felizes! Infelizmente chegou a hora de nos despedirmos de nosso queridos companheiros, adoramos muito o tempo que passamos juntos.