Litoral Norte

Valparaíso, Viñas del Mar, La Serena, Antofagasta, 1 a 3 de fevereiro de 2012

 
Pretendíamos ficar em Valparaíso, mas quando chegamos o lugar não nos atraiu muito a ponto de querer ficar.

 
Valparaíso é uma cidade portuária com milhares de casinhas construídas nos morros que terminam à beiramar. Um caos, e foi nesse caos que entramos para conhecer o mercado público e comer um delicioso peixinho. Coincidentemente, fomos atendidos por brasileiros, eles foram muito atenciosos conosco, parecíamos clientes VIP. Foram muitos os momentos da viagem em que encontramos brasileiros e sentimos esse sentimento de saudades de casa. Não tem como não sentir saudades de nosso lindo pais, sempre falo a todos que vivem fora do Brasil que deveriam voltar, pois temos um país de muitas oportunidades, basta querer. O Julio e eu sabemos que podemos conhecer o mundo todo, mas nenhum lugar vai ser tão bom quanto o nosso lar. Queríamos muito que todos os Brasileiros também tivessem esse sentimento de nacionalismo. Quem sabe um dia!
Depois de Valparaíso, passamos por Viñas del Mar e o nível já mudou bastante. Os prédios são mais pomposos, praia mais transada, com barzinhos, calçadão e gente sarada. Foi aí que vi pelicanos pela primeira vez, são enormes. A paisagem deste litoral é bem deserta, com rochedos altos que cortam a costa.

It's a Pelican!!!!

Prédios de Viñas del Mar... acompanham o morro!!!

Costão de Viñas del Mar

O carro começou a dar alguns barulhos diferentes, como se metais resolvessem formar um grupo musical abaixo do carro. Resolvemos seguir viagem em busca de um mecânico para checar o que poderia ser. Que decepção ter que voltar para oficina. Próximo de La Serena um mecânico deu uma olhada, passeou com o carro e disse que era normal, deve ter sido alguma pedrinha que passamos no caminho e ficou na proteção do cárter. Aham, óbvio que não confiamos.

No caminho passamos por uma plantação de olivas. Fotinho:

Plantação de olivas

Passamos por La Serena e fomos percorrendo algumas partes do litoral, paramos para ver grupos de pelicanos, pedras com formatos muito loucos, outras partes do deserto, deserto e mais deserto até chegarmos na cidade de Antofagasta.

Grupo de Pelicanos chilenos

Jardim de pedras em meio ao desértico litoral

É incrível como depois de passar vários km por deserto de repente encontramos uma civilização bem completa em meio ao nada. A cidade é portuária e, pelo visto, tem muito dinheiro, shoppings e um comercio bem forte. Adivinha por que rola tanta grana nesta região? Minas. E onde estão as minas está o dinheiro do país. A cidade é relativamente cara, mas tem muita fila nos mercados, no cinema, nas lojas, o povo quer mesmo é gastar. A água da cidade é mais cara que a energia. Água dessalinizada, isso é só pra quem pode.

Antofagasta de noite

Ainda desconfiados, aproveitamos para ir novamente a um mecânico. Em poucos segundos ele descobriu que a cruzeta do cardan estava quebrada. Já havíamos arrumado isso no Brasil, e o mecânico lá nos passou a perna, disse que faria uma modificação e que nunca mais daria problema e cobrou caro. Bom, aqui o mecânico colocou a peça nova e cobrou ¼ do que o brasileiro cobrou. Ah a honestidade dos chilenos, algo para nos espelharmos.

Arrumamos e saímos com o carro em silencio. Como é bom saber que agora está tudo bem, esperamos que dure. tudo certo, voltamos para a estrada em direção a Calama. Mais ou menos 150 km, pra variar, em meio ao deserto. Eis que no caminho o Julio resolveu tirar uma foto e quando olho pra frente um monte de vapor saindo do motor. Por sorte era a tampa do reservatório de água que estava mal fechada, mas o pouco de água potável que tínhamos foi parar lá. Ali em meio ao deserto sem água potável, definitivamente nada mais poderia dar errado. Com muita sorte chegamos a Calama. Óbvio que agora o carro tem pelo menos uns 30 litros de água extra.

Em Calama encontramos a primeira coca cola com garrafa plástica retornável… essa não conhecíamos.

Garrafa de coca cola plástica retornável

Calama é feia, cara e rica por causa dos mineiros. Queríamos visitar a mina de Chuquicamata, a maior mina do mundo, é tão grande que pode se ver da lua. Para agendar as visitas às minas não foi possível, pois só teriam disponibilidade para dali a 20 dias. Depois de pagar por um camping caro e com sérios problemas de estrutura fomos finalmente a São Pedro de Atacama.