Aparados da Serra, 03 de agosto de 2011
Saímos de Torres em direção à Praia Grande que, apesar do nome, a cidade fica no interior. Lá, uma atenciosa senhora nos indicou para virar na “bificação”, e que não tinha “ploblema” que era tudo muito pertinho. Fomos ao pé do Cânion Malacara e lá já deu pra ter uma noção do visual que nos esperava. Próximo dali fizemos o nosso primeiro “picnic” regado de frutas e da metade do Xis que sobrou da noite anterior. A grande aventura que tivemos ali na região foi passar por debaixo dos postes que estavam bem inclinados por causa das ventanias da noite anterior.
Seguimos em direção à Serra do Faxinal. A estrada é dividida em fases, um trecho com asfalto e outro com terra e pedras. O trecho asfaltado está bem sinalizado, placas indicam para ir devagar pois existem skatistas na pista!!! Por isso, não abusem se forem por esta serra. Começamos a sentir a temperatura cair durante a subida, quando parávamos para observar a paisagem. O vento estava forte e de vez em quando vinham nuvens perdidas com gotículas de chuva que se transformavam em gelo.
Fomos direto para o Cânion do Itaimbezinho. O tempo estava variando muito, as vezes sol, as vezes chuva, as vezes gelinho, mas nada que nos impedisse de deslumbrar o visual do Cânion. Existem três trechos ao redor do Cânion, um curto, bem estruturado com calçadinhas, um longo que é uma agradável estrada de chão cheia de pedras e buracos e, para os mais ousados, tem um que não nos arriscamos, pois a responsabilidade não era do parque e ainda tinha o risco de sermos presos pelo Ibama.
Após a visitação fomos em direção a Cambará do Sul para ficarmos, a princípio, duas noites. A hora que chegamos, a temperatura estava em torno de três graus. Já havíamos visto uma pousada para ficar, mas infelizmente estava lotada. Eles nos indicaram uma outra pousada que, para o nosso azar, a Hanna já havia se hospedado com a turma da faculdade e a lista de reclamações era grande, mas na falta de opção era o que poderíamos pagar… mas a lista de reclamações ainda continua grande e então optamos por ficar apenas uma noite. Existem pousadas maravilhosas na região, mas o preço é de lua de mel pra cima. Fomos jantar na Pizza Retrô, que fica em frente a praça. Era bem aconchegante e tem uma pizza de abobrinha com alho e azeite que é de comer de joelhos de tão boa. O cardápio e suplá do prato eram de discos de vinil e o do Julio era do Ramones… que desperdício. Lá, fomos atendidos pelo Felipe, um garçom super atencioso que nos entreteu e colocou um aquecedor bem pertinho da gente, serviço VIP. Conversamos com dois clientes que estavam a trabalho na cidade, um Gaúcho e um Argentino, eles fazem um trabalho muito legal nas industrias de celulose para reaproveitamento dos resíduos desperdiçados. Eles nos deram várias dicas de viagem, claro que já anotamos tudo na hora para colocar no nosso roteiro.
Cambará do Sul, 04 de agosto de 2011
Pela manhã, fomos visitar o Cânion de Fortaleza. Estava frio e com ventos fortíssimos. Como lá não tem nenhuma estrutura de segurança, as pessoas magrinhas chegavam próximo da beirada timidamente contra o vento e nós, com nossos corpos bem alimentados, não tivemos esse problema. Os campos em volta estavam maravilhoso, os pastos estavam bem dourados e dançavam com o vento. No caminho colocamos um bom rock e parecia que os campos estavam curtindo, como se fossem metaleiros chacoalhando a cabeça.
Paramos em Cambará para almoço e decidimos que iríamos em direção à Canela, mas antes faríamos uma rápida parada na Cascata do Venâncio. Aí começou a nossa grande surpresa, no caminho da Cascata uma Land Rover Defender com de lama até o teto nos ultrapassou e estava indo na mesma direção. Lá estavam eles visitando a cascata e notamos que o motorista era guia da região. Como quem não quer nada ficamos próximos do grupo para pegar dicas dos melhores visuais para tirar fotos e aos poucos nos aproximamos do pessoal.
O Guia Estéfano achou uma jararaca e já veio todo animado para mostrar ao grupo, composto de três portugueses. Perguntamos ao Estéfano se havia um caminho por dentro para ir a Canela e ele disse que estava indo visitar mais uma cachoeira e que de lá havia uma estrada que ia direto e que poderíamos ir seguindo eles para ver a cachoeira que, na opinião dele, era a mais bonita. Fomos mesmo assim, apesar de nunca termos ouvido falar. Ele tinha razão, a Cascata Passo do S era espetacular, não precisamos falar muito, pelas fotos você vai entender.
O detalhe é que chegando lá a estrada acabava e continuava depois do rio… que não era um simples córrego. Estéfano disse para segui-lo no rio… na hora gelamos, entrar no rio que fica em cima da cascata que acredito ter mais ou menos 20 metros? Fomos… cagados de medo… mas chegamos do outro lado, tremendo e cheios de adrenalina. Perguntamos então ao Estéfano se dali era so seguir a estrada para chegar a Canela e ele disse bem tranquilo “não, essa não é a estrada. Passar o rio foi só diversão, a estrada é por outro lado…”. Tivemos que passar o rio pela segunda vez… mais adrenalina! Seguimos ele até um campo para curtimos o pôr do sol com a turma, as portuguesas eram super animadas e ficaram bem felizes com as aventuras.
Nós já estávamos extasiados, porém, mais abaixo, visualizamos mais um rio para atravessar. No meio do rio tem uma ilha “do passo do S” onde aventureiros ficam ali para acampar. Fomos ate a ilha by rio, saímos da ilha by rio e finalmente seguimos viagem até Canela. Era noite e estávamos tranquilos andando no meio do nada pelo interior, o céu limpo, estrelado e a lua sorridente nos acompanhando. De vez em quando aparecia uma luz perdida de alguma fazenda.
Devemos este grande dia de aventura ao guia Estéfano S. Pereira, que nos deu as dicas e nos guiou pelas estradas e rios. Recomendamos a todos que forem a Cambará do Sul a entrarem em contato com ele. Segue o contato: estefano@canions.tur.br e site www.canions.tur.br .
Chegamos em Canela e tivemos a recepção muito calorosa da Lara, prima do Julio, Luiz (maridão da Lara) e Luiza (filinha linda do casal). A casa deles é super aconchegante, e nos receberam com uma janta deliciosa. Antes de dormir já tinha gelo em cima do carro, pena que não pegamos neve, mas dormimos com muita satisfação.
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