Nazca, 6 a 8 de março de 2012
Fizemos uma longa e cansativa viagem até chegar a Nazca, serras e mais serras que pareciam infinitas, curvas e mais curvas, plasil e mais plasil. Chegamos então na cidade da maior duna do mundo e das misteriosas linhas que o tempo não apaga. Mistérios respondidos por muitos, mas que ainda mantém muitas interrogações. Cada um com suas teorias, qual acreditar, não sabemos, preferimos acreditar nas teorias mais lógicas, por que o negocio realmente é muito doido. A parada é loca!

O Astronauta, ou o "observador", o único desenho em montanha e está apontando pra cima!?!? - Linhas de Nazca
Compramos os tickets, pediram para que não tomássemos o café da manhã antes do vôo, pois muitos passam mal. Um frio na barriga começou a bater, e lá fomos nós, depois de muita espera, embarcamos. Quatro passageiros e dois pilotos, o espaço parecia menor que um fusca. Sempre gosto da sensação de voar. Mas neste pequeno avião nos deu calafrios, a gente se sente mais exposto.
A decolagem foi tranquila, assim como o vôo, até chegar nas linhas. Começou a rota, os desenhos são muito perfeitos vistos de cima, baleias, cachorros, macaco, beija-flor, figuras geométricas, árvore… ao total são doze figuras. Que coisa doida, em meio a tanto deserto, estar ali apreciando desenho de animais que vivem tão distante dos desertos. O único problema é que para apreciá-los o avião precisa dar várias voltas, e fica bem inclinado para que possamos apreciar, em um angulo de 45 graus, para a direita depois para esquerda e assim acontece com cada desenho.
Isso dá uma reviravolta no estômago muito grande, era difícil um turista que não ficasse mal. Eu tomei um remedinho antes do vôo, mas o Julio ficou branco e deixou pra tomar durante. Mesmo com a sensação de mal estar durante as curvas, as imagens eram impressionantes, e a sensação de estar voando por cima delas era incrível, chegamos com cara de bobos. A aterrissagem deu um friozinho na barriga, parecia que o avião era pequeno demais para encostar no chão, a sensação que se tivesse uma pedrinha no caminho ele se destroçaria. Foram 30 minutos de vôo sobre desenhos que vão ficar para sempre em nossa memória, mas com certeza prefiro fazer vôos planos da próxima vez.
Depois dessa louca experiência mais uma surpresa, fomos ao cemitério de Chauchilla… um cemitério aberto em meio ao deserto com múmias milenares que ainda preservam suas roupas, cabelos e algumas partes musculares. São dozes tumbas bem conservadas, infelizmente esquecemos da máquina, mas fica uma foto da net para se ter noção de como é este cemitério.

Múmias e caveiras no cemitério de Chauchilla. Fonte: http://www.mysteryperu.com
Além do cemitério conhecemos também os dutos que os povos pré-incas usavam para manter a água limpa. São espirais de pedras que descem até a passagem de água. Esses dutos milenares foram tão bem feitos que ainda estão em funcionamento. Infelizmente a água limpa, cristalina vai parar em um açude com plantas e pássaros que não parece estar sendo bem aproveitada, mesmo sendo Nazca um grande deserto.
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