Carretera Austral – Parte 1

Carretera Austral, 24 de novembro a 02 de dezembro de 2011.

Futaleufú

Entramos no Chile por Futaleufú. Nossa primeira comunicação com chileno:

Julio pergunta: “por favor, o Sr sabe onde tem um banco por aqui”?

Chileno responde: “primeiramente, bom dia, é assim que nos comunicamos por aqui, sim, na próxima rua tem um banco”.

Adoramos!

Ficamos esta noite em uma reserva nacional que fica logo após a fronteira. No caminho a estrada que é para um carro só fica cada vez mais estreita e, de repente, estamos com o carro à beira de um penhasco enorme com um lindo rio esverdeado e sem ter a mínima idéia para onde essa estradinha ia dar. Eu me desesperei, para voltar é impossível, não tem por aonde, se vier um carro à frente, ferrou, vamos continuar e torcer pra tudo dar certo.

Penhasquinho!

Hanna e o medo!

Conseguimos sair da estradinha e encontramos um “camping” no caminho, era um terreno com uma cabaninha aberta com um fogão à lenha no meio… perfeito para passar uma noite fria! Mas estava tão frio e chuvoso que dormimos no carro. Descobrimos que a barraca é um milhão de vezes mais aconchegante.

La Junta

Paramos para pedir informacões e descobrimos um camping com uma piscina natural de águas termais. Como chegamos ao anoitecer e estava frio, o Julio e o Kris foram os únicos que se arriscaram a cair na piscina. Quando eu e a Magda chegamos para fazer companhia a eles, começamos a escutar a conversa obscena. Ouvíamos gemidos, algo sobre o buraco está ali, coloca mais pro meio, hummmm, está muito bom, assim, perfeito. Ficamos assustadas, mas eles estavam se referindo apenas sobre um cano que saia água quente e queriam colocar a água para próximo deles. Passamos o dia seguinte cozinhando na piscina, no fim do dia resolvemos seguir viajem, pois chegou um batalhão de crianças para transformar as águas termais em águas quentes douradas.

Puerto Raúl Marín Bamaceda

Resolvermos seguir para o litoral e colocar nossos pés no oceano pacífico. No caminho já foi possível perceber uma mudança forte na vegetação, começaram a aparecer folhagens enormes, comuns em florestas tropicais.

Hanna dando um look geral

Para chegar ao povoado de mais ou menos 60 casas é necessário pegar uma balsa.

Carro dos polacos e a Ranger na balsa

A vila é muito simples, mas bem aconchegante. Na praia é constante a aparição de toninhas, são como golfinhos, mas um pouco menores. A areia é escura e tem muitos troncos e galhos na areia. Durante todo o tempo que ficamos lá tivemos a companhia de um cachorro muito divertido, com pelo comprido, mas era puramente dread locks, apelidamos ele de Rasta! Deu uma dó deixá-lo por lá.

Rasta, o cão de Jah!

Conversamos com os policiais e eles falaram que lá não tem muito o que fazer, bom pra eles, não tem roubo, nem assassinato, deve ser difícil trabalhar assim. Eles nos ensinaram a pescar com a técnica que se usa na região. É um pedaço de cano com linha e um toco de madeira para segurar. Nós como pescadores somos ótimos viajantes. A região tem uma planta que é considerado uma praga, mas para nós é uma maravilha, estava repleto de flores amarelas.

Vegetação nativa!

Resolvemos explorar novos caminhos e atolamos duas vezes. Voltamos pra caminhos conhecidos. Lá acampamos na praia mesmo, mas praia de rio, pois tem menos vento.

Os marujos

A árvore somos nozes...

A bixinha em algum lugar nos arredores de La Junta

Puyuhapi

Quando estávamos bem próximos da cidade, o carro de nossos companheiros polacos rompeu a estrutura inferior e passamos o dia no mecânico. Ninguém tinha dinheiro para pagar, pois durante toda viagem não encontramos caixas eletrônicos, aviso para quem vai fazer a carreteira, tragam a quantia necessária para todo o trajeto da carreteira, pois banco aqui é raridade. O mecânico foi tão querido que passou o número da conta para os polacos depositarem quando estiverem de Coyhaique. Uma característica que lemos nos guias e muitos comentaram, em geral o chileno é um povo muito honesto e honra com seus compromissos. Isso se percebe quando qualquer coisa que compramos, ou até mesmo um camping, eles nos dão nota fiscal. Aproveitamos para subir ao mirante da cidade e apreciar aquele pequeno vilarejo em meio às montanhas.

Entrada de Puyuhuapi, e pra quem tem bons olhos... a Hanna ali na janelinha

Encontramos um ônibus hotel bem interessante que faz a carreteira austral, estava cheio de alemães. Naquela noite acampamos próximo deles, mas os poloneses não queriam se misturar, então não tivemos contato com o grupo, que pareciam estar se divertindo muito. Contextos históricos explicam. Ainda bem que nós brasileiros não temos esse problemas.

Coyahique

A caminho de Coyhaique passamos pelo Parque Nacional Queulat, foi o clímax da viagem, era tudo muito lindo, muitas flores, montanhas, rios com águas cristalinas e campos verdes. Parávamos a cada km para tirar algumas fotos.

A bixinha no meio das montanhas

Vales verdes... verdes vales

...

...

Flores e montanhas!

Foi engraçado, estávamos tirando fotos de um campo de flores no meio das montanhas e comentando que para ficar cenário de sonho só faltava passar um rio pelo meio.

Só faltava o rio!!!!

...

Tinha até ponte!

Ficamos bobos com tamanha beleza. Chamamos de cenário puzzle, igual os que vem em quebra cabeças. Próximo da cidade o cenário já muda totalmente, fica mais seco e com muitas montanhas cobertas de pedras.

Coyhaique, de bem longe!

Enfim um pouco de civilização. A cidade, apesar de pequena, é muito bem estruturada. É a maior cidade da rota e deve ter aproximadamente 50 mil habitantes. A praça tem wi-fi para a população, chique né? Isso nos lembrou de um candidato a presidente na argentina que estava usando o slogan “internet free para todos”. Agora, o que nos impressionou foi o supermercado, nunca havia visto um supermercado com tantas variedades de produtos e com qualidade. Os preços melhores que os da Argentina, Brasil e até mesmo Polônia. O Julio quase chorou no setor de cerveja, tinha cerveja do mundo inteiro, coleção para dar inveja a qualquer colecionador. As cervejas mais baratas daqui já são de altíssimo nível. Para quem é celíaco, tinha seções enormes com muitas novidades, tenho conhecidos que iam se sentir honrados. Claro que fizemos a maior compra de toda viagem, enchemos o carrinho e deu apenas 200 reais, incluindo rum cubano, vodka russa e muita comida.

Vamos deixar umas fotinhos da saída da cidade…

5 Respostas

  1. Gente, Fantástico!!!
    Cada visual mais lindo que o outro.
    Continuem aproveitando cada momento da viagem.
    Abraços
    Clóvis

  2. Criançasss!!!!! Saudadessss
    Mto bom ter noticias de vcsss!!! Lindo demais os lugares e com certeza várias fotos dessas dariam lindos e dificillimos puzzles de 3 ou 4 mil peças… hehehehehee
    Curtam mto, e se cuidem!!!
    bjusss

  3. “O Julio quase chorou no setor de cerveja, tinha cerveja do mundo inteiro, coleção para dar inveja a qualquer colecionador”

    Dá pra ver a cena… quase chorando tô eu, de não estar junto aí! Beijos e saudades!

  4. QUE-COISA-MAIS-LINDA !!!!
    Beijão queridos, o Alex sempre pergunta por vocês, eu falo pra ele ver , masssss
    Aproveitem !!!

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