Serra da Capivara

Serra da Capivara

 

 

Já estávamos surpresos com o Piauí, que apesar da fama dado pelos guias de turismo que citam como sendo o estado mais pobre do Brasil, se mostrou um estado bonito e bem estruturado. Cruzamos o estado e não vimos nada que pudesse retratar extrema pobreza e ficamos felizes por passar por diversas cidades com uma população muito trabalhadora. No caminho paramos para conhecer a cachaçaria Lira, sua produção é feita em um lindo sítio com várias árvores frutíferas. O processo na elaboração da cachaça é um exemplo de sustentabilidade. A água que move o moinho é bombeada por um sistema de pressão feito com uma garrafa pet. Um exemplo de que com atitudes inteligentes se pode aproveitar bem os recursos sem necessitar agredir fortemente o meio ambiente, mas o melhor de tudo é o sabor da cachaça, que recomendamos.

 

 

O passeio pelo parque da Serra tem que ser feito com guia e o valor é de R$70 pelo dia, por isso vale a pena acordar cedo e aproveitar bem enquanto é claro, pois tem muita coisa pra conhecer. O parque é incrível, esta época do ano as árvores começam a secar e vira um festival de cores de folhas marrons, avermelhadas, amareladas, esbranquiçadas, que dão um charme todo especial em meio às grutas, cânions e montanhas da serra.

 

 

 

Conhecemos os principais sítios arqueológicos, que são mais de 700, que contém inscrições rupestres de mais de 8 mil anos que deixam mensagens intrigantes e fazem a imaginação fantasiar milhões de hipóteses. São desenhos geométricos, cenas de sexo, parto, caça, rituais e até cena de beijo, muito romântico.

 

 

 

 

 

 

A estrutura do parque é excelente, acho que um dos parques mais legais que já visitamos. O parque tem muitos mocós, um tipo de roedor que se alimenta de casca de árvores e estão por todos os lados, uma gracinha de ver, seu xixi é oleoso, deixando rastros visíveis por onde passam. Eles costumam ficar imóveis quando passamos para parecerem camuflados. Suas fezes parecem uma resina e são muito educados, costumam acumular tudo em um “banheiro”, quando secam, ficam sólidas e duras, parece a semente de uma árvore, então se ver uma dessas sementes escuras, lembre-se que pode ser cocô de mocó, não é pra comer!

 

 

É possível ver diversos tipos de pássaros, cobras, sapos, aranhas e por sorte pudemos apreciar todos esses animais. Se tiver muita sorte talvez aviste uma onça, coisa que quem trabalha sozinho na manutenção do parque tem receio, pois ali é o habitat que varias onças e pumas, por isso ninguém dispensa um facão na mão para se garantir.

 

 

 

 

Existem várias trilhas para se apreciar o visual do parque, vale uma parada na pedra furada para apreciar mais uma escultura do senhor vento.

 

 

O parque também tem diversos macacos onde pesquisadores avaliam o comportamento social, por conviverem diariamente com observadores eles nem se importam com nossa presença.

 

 

 

Não deixe de olhar para os paredões da Serra e apreciar árvores no topo que tem suas raízes que descem até alcançar o chão, é a gameleira.

 

 

Estivemos também em uma caverna que foram encontrados fósseis de dinossauros, mas o divertido mesmo é procurar por aranhas, que mais parecem algum crustáceo esquisito, nas paredes. Elas ficam gigantes, com perninhas bem fininhas e compridas e possuem antenas enormes.

 

 

Outra parada pra se fazer na região é o Museu do Homem Americano, que possui um resumo explicativo do processo arqueológico e um pouco do que foi encontrado. Próximo dali tem o laboratório onde são identificados, estudados e catalogados todos os fósseis e artefatos arqueológicos encontrados no parque.

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